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CONGO (REPÚBLICA POPULAR)


Por por Ademir Barros dos Santos


Ao que parece, a palavra Congo significa “devedor” ou “tributário” em alguns idiomas da família bantu.

Entenda-se: no século XV, três estados prósperos existiam ao norte e ao sul do curso inferior do Rio Congo: eram os reinos de Luango, Anzico e Congo, sendo que este ocupava território próximo a 300.000 km2. o que, atualmente, abrangeria parcelas de três países: os dois Congos e Angola.

Conta a história do Congo aqui enfocado, que o navegador português Diogo Cão chegou à embocadura do rio de mesmo nome em 1482, estabelecendo relações amistosas com o rei, o Mani Congo (rei do Congo), iniciando um período de influência portuguesa na região.

Devido à intervenção de missionários e artesãos portugueses, os soberanos congoleses tentaram assimilar técnicas que julgaram europeias que julgaram mais adiantadas que as suas, mas esse objetivo não pode ser plenamente alcançado; isto, em parte pela oposição gerada no reino e, em parte, pelas lutas travadas em torno do tráfico de escravos, disputado aomanicongo pelos portugueses de São Tomé.

Invadido pelos jagas em fins do século XVI, o Congo perdeu sua preeminência em favor do vizinho reino, Angola.

O reino de Loango, habitado pelos bavilis e situado na costa, era tributário do Congo; o tráfico negreiro valorizou seus portos, onde franceses, ingleses e holandeses disputaram o comércio de escravos.

O rei Bangu conseguiu impedir que os europeus se instalassem no país, montando um sistema de caravanas para conduzir, ao litoral, os escravos do interior (século XVII).

O tráfico, no entanto, desagregou o reino: chefes hereditários, normalmente localizados no interior, perderam terreno para chefes subalternos que, fixados na costa, enriquecidos com a venda de escravos, adquiriram armas e se tornaram autônomos; o trono ficou vago por vários anos e, em fins do século XVII, esta fragmentação do poder abriu caminho para a dominação europeia.

Quanto ao reino de Anzico, era habitado pelos batékes, que moravam nos planaltos ao norte de Brazzaville, e mantinham o domínio da margem direita do rio Congo, detendo o monopólio do tráfico negreiro da região do Pool, o que durou até 1750.

Com a prosperidade obtida no comércio negreiro e de marfim, foi abandonada a fabricação de pirogas e a fundição de ferro, passando-se a usar armas de fogo, e incorporando alimentos americanos à agricultura, ao se trocar, por exemplo, milho e mandioca por escravos.

Em Mbe, capital dos batékes, o rei Makoko assinou, com o historiador francês Pierre Brazza, um tratado que colocou o reino sob a dependência da França (1880).

As explorações de Brazza iniciaram a colonização francesa no Congo, cuja implantação se prolongou até 1931; após o primeiro tratado, a ocupação se estendeu até Loango, impondo um tratado aos reis dos bavilis; a penetração francesa contou com a rivalidade dos portugueses e do Rei Leopoldo II, da Bélgica.

Fundada a colônia francesa do Congo, Brazza foi nomeado comissário do governo (1882- 1898), cargo que permaneceu ocupando após a Partilha da África (1885); durante sua administração instalaram-se, no país, grandes concessionárias, que chegaram a ocupar 90% do território; estas exerceram exploração altamente predatória, ao mesmo tempo em que cobravam pesados impostos dos africanos.

Em 1903, a colônia passou a ser chamada de Médio Congo que, juntamente com as colônias do Gabão, Ubangui-Tchari e Tchad, passaram a fazer parte da África Equatorial francesa (AEF), capital Brazzaville (1910).

Entre 1921 e 1934, foi construída a estrada de ferro Congo-Oceano, ligando Brazzaville a Pointe-Noire, uma das realizações mais polêmicas da França na África, porque teria custado, estima-se, um homem por dormente.

O país obteve sua independência em agosto de 1960, tendo, como presidente, o abade Fulbert Youlou; mas, em 1963, uma revolução derrubou o governo conservador e neocolonialista de Youlou, formando novo governo, provisório, com o apoio do exército e de sindicatos.

Assim, Alphonse Manamba Débat foi eleito presidente, como concorrente único. Porém, em 1968, o exército deu um golpe de estado liderado pelo capitão (posteriormente Major) Marien Ngouabi, que assumiu o poder; dois anos depois, o país adotou a denominação de República Popular do Congo e aderiu, oficialmente, ao marxismo-leninismo, impondo o monopólio do poder ao Partido Congolês do Trabalho (PCT).

Ngouabi foi assassinado em maio de 1977, e Joachim Yhomb-Opango, pertencente à etnia kuyu, tornou-se presidente; mas, foi obrigado a deixar o poder em 1979; quem o sucedeu foi o Coronel Dessis Sassu-Nguesso. da etnia minoritária mboh, que esmagou, em 1987, uma rebelião de oficiais kuyu.

O então presidente exerceu seus poderes até 1989; em 1992, Pascal Lissauba foi eleito presidente. Choques armados entre forças do Governo e da oposição prosseguiram durante o resto do ano, impedindo que, ali, se desenvolvesse qualquer atividade capaz de produzir a paz e a elevação social.

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